Novo teste ajuda a avaliar se dor no peito é sinal de ataque cardíaco

17/07/2012 22:15

Ferramenta é mais precisa para identificar pacientes com alto risco.
Acúmulo de placas nas artérias é grande causa de mortes no mundo

Um novo teste de previsão de risco cardíaco desenvolvido por pesquisadores europeus é capaz de identificar se pacientes com dor no peito têm chances reais de sofrer um infarto.

O estudo foi publicado na versão online do “British Medical Journal” e se concentrou em ataques cardíacos provocados por aterosclerose coronariana, ou seja, o acúmulo de placas de gordura nas artérias, uma das maiores causas de mortes no mundo.

Os pesquisadores analisaram os dados de 5.677 pessoas (3.283 homens e 2.394 mulheres) com dor no peito, mas sem história prévia de doença cardíaca, em 18 hospitais da Europa e dos EUA.

Segundo os autores, a ferramenta é mais precisa que os modelos atuais e, por meio de uma calculadora online, pode ser facilmente integrada a registros eletrônicos ou aplicativos móveis.

A dor no peito é normalmente o primeiro sinal de um ataque cardíaco, motivo pelo qual as diretrizes em vigor recomendam que os pacientes com dor torácica usem modelos de previsão de risco – como os ingleses Diamond & Forrester e do Instituto de Pesquisa Duke Clinical – para ajudar os médicos a avaliarem se mais testes são necessários.

Os resultados sugerem ainda que o escore Duke Clinical, indicado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica britânico, superestima a probabilidade de uma doença arterial coronariana.

O estudo tem levantado dúvidas sobre a precisão das ferramentas existentes, que preveem a aterosclerose de acordo com idade, sexo e sintomas. O novo modelo inclui fatores de risco como diabetes, pressão alta, fumo, triglicérides e colesterol altos. Outro, mais ampliado, acrescenta a presença de cálcio coronário, que pode indicar problemas. Além disso, não é preciso fazer um eletrocardiograma em repouso.

Assim, o novo modelo clínico poderia melhorar as estimativas, prevendo riscos entre 2%, para uma mulher de 50 anos com dor no peito não específica e sem fatores de risco, e 91%, para um homem de 80 anos com dor torácica típica e múltiplos fatores de risco.