Hipertensão e diabetes: dieta inadequada e sedentarismo agravam problemas

16/05/2012 09:42

Dados publicados na semana passada revelam um quadro preocupante da saúde do brasileiro: tendência crescente de diabetes, aumento da obesidade e do excesso de peso, e diagnóstico de hipertensão em quase 60% da população com mais de 65 anos. Apesar de a herança genética ser fator de alta relevância na ocorrência de tais doenças, o desenvolvimento de diabetes e hipertensão se dá, primordialmente, pelo estilo de vida da população, com dieta inadequada e sedentarismo.


Os dados da pesquisa Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que 22,7% da população adulta brasileira são hipertensos. O diagnóstico em mulheres (25,4%) é mais comum do que em homens (19,5%) e também é preocupante entre os mais velhos, chegando a 59,7% em pessoas com mais de 65 anos.

Com relação à diabetes, a pesquisa revela que a tendência de diabetes está crescendo no Brasil. Em homens, o percentual subiu de 4,4%, em 2006, para 5,2%, em 2011. Apesar do aumento, a prevalência de homens que informam ter a doença continua sendo inferior a das mulheres (6%).

O levantamento, que coletou dados nas 26 capitais e no Distrito Federal, revela que 5,6% da população declaram ter a doença. O autorrelato de diabetes também aumenta com a idade da população. O diabetes atinge 21,6% dos idosos (maiores de 65 anos), índice bem maior do que entre a faixa etária de 18 a 24 anos (0,6%).

Prevenção inclui atividade física

“Estima-se que 75% dos casos novos de doenças como diabetes e hipertensão poderiam ser explicados por dieta inadequada e falta de atividade física regular. O baixo condicionamento cardiorrespiratório, a pouca força muscular e o sedentarismo, por exemplo, aumentam de três a quatro vezes a prevalência da Síndrome Metabólica”, afirma Janise Lana Leite, diretora da Academia Estação do Exercício e Saúde.

“Ainda que não sejam totalmente compreendidos, os mecanismos que ligam a atividade física à prevenção e ao tratamento de doenças envolvem principalmente a redução da gordura corporal, a queda da pressão arterial, a melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina, o aumento do gasto energético, da massa e força muscular, da capacidade cardiorrespiratória, da flexibilidade e do equilíbrio”, explica Janise, que é especializada em musculação para a terceira idade.

Em idosos, é ainda mais importante cuidar da dieta e praticar exercícios físicos com supervisão de profissionais qualificados. “Na academia observamos a melhoria na qualidade de vida dos alunos, que ficam mais ágeis e tem mais facilidade nas tarefas do dia-a-dia, melhoram seu metabolismo e acabam reduzindo a quantidade de medicamentos” conclui a especialista.